No dia seguinte, acordei bem cedo e a pensar no Mickael. A minha cabeça andava às voltas e sentia ansiedade. Precisava de apanhar ar.
Depois de me vestir, sai do quarto e atravessei os corredores. Todos dormiam. Com aquele silêncio lembrei-me do barulho que o Scarpy fazia todas as manhãs. Era o despertador da casa. Onde estaria ele agora? Sentia saudades. Já fora de casa, respirei fundo sentindo o ar fresco da manhã. O vento deslisava-me levemente pela cara. Aquele ambiente fresco e profundo fazia-me lembrar algo bom, mas não conseguia perceber o quê pois era bastante longínquo.
Depois de me vestir, sai do quarto e atravessei os corredores. Todos dormiam. Com aquele silêncio lembrei-me do barulho que o Scarpy fazia todas as manhãs. Era o despertador da casa. Onde estaria ele agora? Sentia saudades. Já fora de casa, respirei fundo sentindo o ar fresco da manhã. O vento deslisava-me levemente pela cara. Aquele ambiente fresco e profundo fazia-me lembrar algo bom, mas não conseguia perceber o quê pois era bastante longínquo.
Avancei com leves e vagarosos passos pela rua até que avistei Matias. Caminhava em direção a minha casa, supostamente para me visitar.
- Ia agora mesmo saber como estavas.
Fingi um sorriso e encostei-me a um muro mesmo ao meu lado.
- O que tens? Estás distante. Sentes-te bem?
- Antes de tu apareceres, sim. – disse a verdade - Porquê que não me deixas em paz?
- Não me fales assim. Eu só quero o teu bem!
- Mas eu estou bem. Não preciso de ti.
- Porquê que estás assim comigo? – perguntou chateado – Podias pelo menos tentar! Achas que é fácil para mim? Tu perdeste a memória, mas eu não.
- Já tentei lembrar-me, não posso fazer mais do que isso! Peço desculpa por não conseguir fingir sentimentos. Se é isso que queres posso começar a tentar iludir-te!
Pegou na minha mão e colocou-a no seu peito.
- Se houvesse uma forma de te fazer ler os meus pensamentos e saber tudo o que sinto aqui dentro, tenho a certeza que me voltarias a amar…
- Pois… mas não há! – retirei a mão. – Aliás. Continuo sem saber se me mentes. Os meus pais disseram-me que nós sempre fomos apenas amigos.
- O quê? O quê que eles sabem sobre nós, diz-me? Logo eles que estiveram longe de ti durante um ano inteiro, sem quererem saber de nada.
- Estive um ano a viver contigo e a Alice?
- Não. Estiveste um ano inteiro a viver apenas comigo. Tu viste as fotografias. Tu amavas-me.
- Disseste bem, amava!
Começava a sentir-me tonta. Vi Mickael a aparecer. Pelos vistos também me ia visitar.
- Luciana. – vozeou Mickael, colocando a mão na minha testa – Estás bem? Estás tão pálida!
- O quê que este palhaço está aqui a fazer?! – Perguntou Matias focando Mickael.
- Deixa-a em paz, não vês que ela está-se a sentir mal? Desaparece daqui!
- Quem és tu para me mandares desaparecer? Como tens a lata de vires aqui fazer-te de velho amigo dela depois do que lhe fizeste? – berrou Matias empurrando Mickael e fazendo-o quase cair para trás.
- Parem com isso os dois! – gritei eu quando Mickael se preparava para se vingar do empurrão. – Matias vai embora, deixa o Mickael em paz. Ele é meu amigo.
- O quê? Luciana, não te lembras dele? Ele não é teu amigo, ele fez-te sofrer.
- Não inventes! Ele está a ser incrível comigo. Deixa-nos em paz!
- Não acredito nisto… E eu estou a ser o quê? Acreditas nele e não acreditas em mim? Eu é que estou a mais?
- Só agora é que percebeste isso? – provocou Mickael.
- Tu cala-te! – berrou revoltado – Luciana tens que acreditar em mim! Ele está a aproveitar a tua perda de memória para se fazer a ti.
- Vai-te embora, não quero ouvir mais nada! – tentava ignorar o que dizia.
- Eu e tu vamos ter uma conversinha. – disse para Mickael. – Se fosse a ti não dormia hoje.
Com isto foi-se embora. Mickael aproximou-se de mim. Beijou-me a testa e abraçou-me, pedindo-me para não acreditar no Matias. Perguntou-me se ainda me sentia mal e eu respondi que sim. Sentia-me cada vez pior. Pegou em mim e trouxe-me para dentro de casa. Sentia que não podia ter melhor companhia. De todos, era o único que eu conseguia confiar plenamente.
- Sinto que estou a ser injusta com ele. – falava do Matias.
- Não estás, não te preocupes com ele. Agora tenho que ir. Ficas bem?
- Sim.
- Quando precisares de mim telefona-me. Vivo aqui perto. – disse beijando-me novamente na testa.
Os seus olhos azuis faziam-me lembrar algo triste. O seu brilho estava frio, distante, sem cor e sem reflexo. Com isto disse-lhe «adeus» e ele foi-se embora. Aquele olhar perturbara-me, mas não percebia porquê. Talvez não gostasse assim tanto dele como pensava.
Raio desse Mickael! Estou a gostar muito da história,querida :)
ResponderEliminarAté eu própria me revolto ahah
EliminarObrigada!
De nada!
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